Correspondente na AlemanhaInicia-se hoje em Bona a "Renewables 2004",a primeira conferência mundial sobre energias renováveis cuja realização fora anunciada pelo chanceler Gerhard Schröder na Cimeira Mundial de Desenvolvimento, em 2002, em Joanesburgo. A convite do governo alemão são aguardados dois mil participantes de todo o Mundo, que vão discutir até sexta-feira a política energética do futuro. Os interlocutores dos 150 organismos governamentais são representantes de organizações não-governamentais e de grande empresas. Em conjunto, pretende discutir-se o desenvolvimento das fontes energéticas renováveis por forma combater a pobreza e a proteger o clima.Indústria alemãOs ministros germânicos do Desenvolvimento e do Ambiente, respectivamente Heidemarie Wieczorek-Zeul e Jürgen Trittin, esperam que a conferência represente um sinal de partida para um maior desenvolvimento das energias renováveis, sector em que a Alemanha é pioneira, tendo desenvolvido na bacia do Ruhr a tecnologia mais sofisticada.A indústria alemã das energias solar, eólica e hídrica factura anualmente cerca de dez mil milhões de euros. Dentro de 20 anos, deverá dominar 20% do mercado mundial.Este optimismo pressupõe também que, na cimeira de Bona, a Rússia, China, EUA, países do Norte de África e os membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) se juntem ao bloco dos 87 estados que constituem a coligação das energias renováveis - a UE alargada, Nova Zelândia, grande parte da América do Sul e todos os pequenos estados insulares. Os organizadores apostam nas soluções voluntárias dos participantes, em especial dos países industrializados.O governo alemão espera que desta cimeira nasça a "Declaração de Bona", um documento com objectivos políticos e uma visão comum consensuais, e com recomendações e soluções respeitantes ao financiamento dessas energias.O optimismo dos dois ministros alemães, que consideram que esta cimeira pode "construir uma ponte entre os já convencidos e os hesitantes", não é partilhada pelas organizações ambientalistas, muito críticas quanto à declaração final. Para os ambientalistas, o governo alemão deseja "um consenso esponjoso" para facilitar a adesão dos EUA. A organização Germanwatch considera que o êxito da conferência depende da possibilidade de se criar uma estrutura de controlo regular dos objectivos e medidas avisados, pois já houve demasiadas cimeiras únicas.Pavilhão alimentado pelo Sol vai brilhar em exposiçõesFrente ao Centro de Congressos onde se realiza a conferência "Renewables 2004", encontra-se o "Café Solar". Trata-se de um pavilhão arquitectonicamente invulgar, com células de silício e colectores solares , e cuja energia é fornecida pelo Sol. O "Café Solar","made bei sun", é um objecto de prestígio, com uma mensagem irrefutável: a energia solar funciona a 100%. Este projecto foi financiado com donativos da indústria solar. Na sua construção participaram vários empresários e particulares, que tiveram o apoio de iniciativas destinadas à promoção e valorização das soluções solares. O "Café Solar" será o ponto de encontro da cimeira, que reúne dois milhares de pessoas na antiga capital da extinta República Federal da Alemanha. Posteriormente, o pavilhão estará representado em várias exposições nacionais e internacionais.
Postagem feita pelo Aluno Raul Ribeiro
